segunda-feira, 29 de outubro de 2007

O SOFTWARE-LIVRE COMO CONCORRENTE



Este sábado o caderno de economia do Expresso trazia uma interessante notícia. Nenhuma novidade para quem anda atento, mas de assinalável registo.

Titulava então o semanário que o "Software livre ganha galões" no mercado, apresentando-se como uma opção concorrente ao software proprietário (de que a Microsoft é o maior expoente). Mais se acrescentava: há muito o "open-source" deixara de ser usado apenas por estudantes, autodidactas, ou uma franja de lunáticos, e passou a ser aceite com naturalidade por grandes organizações com negócios de milhares de milhões de dólares", observa Michael Goulde, analista da Forrester e responsável pelo estudo.

Enfim, inquestionavelmente o "open source" é uma solução concorrente, que assume estratégias marcadamente comerciais e que visa ganhar espaço no mundo das empresas e dos utilizadores individuais! Assim, tudo fica mais claro. Ainda bem!

Grave é quando sob o manto do comunitarismo académico e do experimentalismo técnico se vendem outras coisas...

Mais grave, então, é quando em nome de uma suposta poupança de recursos e de uma (não provada) eficácia se convencem os governos e entes públicos a impor pela via legislativa/regulamentar soluções ostensivamente comerciais à revelia das leis do mercado e da concorrência.

Voltaremos ao tema - que está na ordem do dia - mas importa, desde já, sublinhar:


- Será um erro impor dogmas ou recomendar soluções em função apenas da existência ou não de licenciamento, sem observar os custos, riscos e prováveis perdas inerentes às mesmas, tendo sempre um horizonte comparativo;

- Deve valorizar-se a liberdade de opção do utilizador, a interoperabilidade, a racionalidade técnica e económica.

- Imperativo garantir os pressupostos de Segurança, normalização e conservação das aplicações utilizadas;

-Relevância de uma análise cuidada dos custos de implementação, customização e, sobretudo, de desenvolvimento

- As decisões dos entes públicos devem, nesta matéria, guiar-se por um princípio de estricta neutralidade tecnológica. Devem assim ser apreciadas e valoradas as diferentes opções, independentemente de pertencerem a uma determinada categoria de software: livre ou comercial.
 
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