Almerindo Marques foi anunciado a semana passada como o futuro Presidente das Estradas de Portugal (EP). Antes de mais boa sorte, Almerindo! Acho que a tarefa se apresenta tão ou mais hercúlea que a que ele enfrentou com relativo êxito na RTP. Confesso que não tenho particular simpatia por Almerindo (principalmente depois de ter tido a ideia de convidar o cardeal para benzer o novo centro de produção da RTP) mas reconheço que terá trazido algum bom senso, o que também não era difícil, na gestão da RTP depois dos desvarios de Emídio Rangel.Aquilo que a mim me aborrece é a forma como o Governo, na condição de accionista, gere os destinos das suas empresas. Com ou sem razão, Almerindo está no meio de um conflito com um alto funcionário da RTP que fez acusações gravissimas à actuação do Conselho de Administração da mais importante Empresa de Comunicação do País: intervenção directa na linha editorial e no alinhamento do Telejornal com o intuito de beneficiar o Governo. Se esta acusação se provar infundada não há qualquer razão para penalizar Almerindo e José Rodrigues dos Santos deverá ser despedido (e quiçá processado)... Se ela se provar fundamentada, o Presidente do Conselho de Administração deverá ser despedido pelo accionista Estado...
O problema é que por essa altura Almerindo provavelmente já não estará na RTP... Habilmente o accionista Estado decidiu oferecer-lhe a Presidência de outra das suas empresas sem se perceber se era Promoção, Protecção ou qualquer outra Razão!
Este episódio pode ter passado sem grande relevância pela opinião pública Portuguesa mas é mais um exemplo da forma como o Estado não consegue gerir bem os seus conflitos de interesse convertendo-se num Mau Accionista e Mau Regulador (por tentar ser as duas coisas). Já assim foi no triste exemplo da OPA à PT (em que a CGD se opôs ao desbloqueio dos estatutos)!
No sector privado por sinal algumas boas notícias a abrir a semana:
“Brisa assina hoje o contrato de concessão da auto-estrada Northwest Parkway, em Denver, no Estado norte-americano do Colorado, projecto em que investirá cerca de 400 milhões e euros, o segundo maior investimento de uma empresa portuguesa nos Estados Unidos” (a seguir aos $2 Biliões investidos este ano pela edp na Horizon).
